Escrítica Pop
Tal como as pessoas, livros há que partem sem deixar rasto, deixando-nos uma sensação de vazio. Escritica Pop de Miguel Esteves Cardoso foi um desses livros. Compilação de crónicas publicadas em diversos jornais e revistas como o «Se7e», «Jornal» ou na «Música e Som», entre 1980 e 1982, Escritica Pop, surgiu-me como uma revelação na minha pré-adolescência. foi através dele que conheci ou reconheci bandas como a Joy Division, os The Fall, Durutti Column, numa lista mais ou menos extensa que não pretendo reproduzir aqui integralmente.
À parte isso Escritica Pop é sobretudo um relato de amor (e não raras vezes de ódio) de um homem pela música dos outros, tantas vezes tendencioso, parcial, arrebatador, como todas as paixões.
Agora graças ao aniversário do «Blitz» e da reedição da Assirio & Alvim (na minha modesta opinião a melhor editora portuguesa), reencontrei-o para (espero) não o voltar a perder.
«LOVE WILL TEAR US APART
Fica aqui perto. Da esquerda para a direita, a imagem, sem legenda, lê-se. Perto, lê-se demorada, e intima; é a figura de um amante.
Banham os dedos das mãos quatrocentas mil silabas, e em tudo tocam, agora que o corpo se deixou de encontrar, se deixou procurar. Procura.
As noites nunca são tão escuras quando os homens conseguem esquecer tudo o que aprenderam, faltar a tudo o que prometeram, trair tudo quanto acreditaram, só pelo primeiro cetim de um beijo, nesse sabor doido de boca. Depois, os amantes partem sempre, deixando, sem vida, tudo aquilo que amaram. Partem sempre.
E o que fica, fica perto, dói, não se separa ou atenua - adoece simplesmente, ensinando a quem sente, o prazer terrivel da mágoa, a ininterrupta saudade do que nem sequer foi alegria - uma espécie, enfim, de amor. Numa espécie de corpo que ficou sozinho.»
Miguel Esteves Cardoso «Escritica Pop», excerto da crónica «Joy Division: Alguns Lugares»
Love Will Tear Us Apart
When routine bites hard,
And ambitions are low,
And resentment rides high,
But emotions won't grow,
And we're changing our ways, taking different roads.
Then love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart.
Why is the bedroom so cold?
You've turned away on your side.
Is my timing that flawed?
Our respect run so dry.
Yet there's still this appeal that we've kept through our lives.
But love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
You cry out in your sleep,
All my failings exposed.
And there's a taste in my mouth,
As desperation takes hold.
Just that something so good just can't function no more.
But love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
À parte isso Escritica Pop é sobretudo um relato de amor (e não raras vezes de ódio) de um homem pela música dos outros, tantas vezes tendencioso, parcial, arrebatador, como todas as paixões.
Agora graças ao aniversário do «Blitz» e da reedição da Assirio & Alvim (na minha modesta opinião a melhor editora portuguesa), reencontrei-o para (espero) não o voltar a perder.
«LOVE WILL TEAR US APART
Fica aqui perto. Da esquerda para a direita, a imagem, sem legenda, lê-se. Perto, lê-se demorada, e intima; é a figura de um amante.
Banham os dedos das mãos quatrocentas mil silabas, e em tudo tocam, agora que o corpo se deixou de encontrar, se deixou procurar. Procura.
As noites nunca são tão escuras quando os homens conseguem esquecer tudo o que aprenderam, faltar a tudo o que prometeram, trair tudo quanto acreditaram, só pelo primeiro cetim de um beijo, nesse sabor doido de boca. Depois, os amantes partem sempre, deixando, sem vida, tudo aquilo que amaram. Partem sempre.
E o que fica, fica perto, dói, não se separa ou atenua - adoece simplesmente, ensinando a quem sente, o prazer terrivel da mágoa, a ininterrupta saudade do que nem sequer foi alegria - uma espécie, enfim, de amor. Numa espécie de corpo que ficou sozinho.»
Miguel Esteves Cardoso «Escritica Pop», excerto da crónica «Joy Division: Alguns Lugares»
Love Will Tear Us Apart
When routine bites hard,
And ambitions are low,
And resentment rides high,
But emotions won't grow,
And we're changing our ways, taking different roads.
Then love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart.
Why is the bedroom so cold?
You've turned away on your side.
Is my timing that flawed?
Our respect run so dry.
Yet there's still this appeal that we've kept through our lives.
But love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
You cry out in your sleep,
All my failings exposed.
And there's a taste in my mouth,
As desperation takes hold.
Just that something so good just can't function no more.
But love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
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