Notas para o Diário
Às 19.45 estava a escolher as batatas na cozinha e a tentar aferir a quantidade necessária para três pessoas (sendo que duas delas comem pelo dobro e a outra pela metade). Na altura do primeiro golo estava a descascá-las com um alguidar ao colo, outro ao lado no sofá, e uma cerveja na mesa de apoio à minha frente. cinza por toda a parte, fumo também, cinzeiro a transbordar. pelo segundo golo as batatas já estavam cozidas, passadas ao passe-vite e por altura do auto-golo estava a pôr o leite no puré, o que me livrou de confirmar in loco que sobre o melhor pano cai a nódoa, daquelas que nem o supergel nos salva. nos momentos finais em inicios de digestão do puré houve ainda tempo para uns sobressaltos para manter a tradição que o pessoal gosta é de emoções fortes.
seguiu-se depois a euforia geral, o choro, o riso, as bandeiras agitadas ao vento, a cerveja em cascata, o hino entoado até à rouquidão, os cânticos monocórdicos e de inspiração minimalista (certamente uma homenagem a Phillip Glass), as palavras de ordem, os elogios aos jogadores e ao treinador (vulgo heróis nacionais), os peões de carro, as buzinadelas e por aí fora.
o futebol nunca foi o meu forte, a minha infância e adolescência decorreu longe dos campos de futebol, a bola sempre me passou ao lado e as coisas não se alteraram muito desde então. agora até gosto de ver os jogos da selecção, mas custa-me a perceber a euforia que leva as pessoas a sair à rua de bandeira na mão, ou pior ainda com filhos de poucos meses ao colo, que entre safanões mais ou menos violentos, lá vai ouvindo o papá sorridente a assegurar à senhora da televisão que a criança adora aquilo (entenda-se "aquilo" por pessoas completamente histéricas aos gritos). Mas não é só no futebol, custa-me a perceber a euforia de massas em geral, como a enchente da Expo 98 no dia de encerramento, o Algarve em Agosto, ou a abertura de uma qualquer mega-superficie comercial. mas confesso que gostava de ver o Marquês de Pombal a encher-se como ontem, de gente em protesto contra a nomeação de Santana Lopes a primeiro-ministro. mas como diria uma anónima senhora entrevistada pela SIC: "o Euro é que é importante, esses é que estão a fazer boa figura, os politicos são todos iguais, por isso entre um e outro quero lá saber qual é que é primeiro-ministro". esperemos que o ainda primeiro-ministro (sim o José Manuel, o Barroso, o Manuel Durão, o Zé como quiserem que ele não se importa) leve a gravata no próximo domingo à Luz e no final para a apoteose ser total se enforque com ela.
seguiu-se depois a euforia geral, o choro, o riso, as bandeiras agitadas ao vento, a cerveja em cascata, o hino entoado até à rouquidão, os cânticos monocórdicos e de inspiração minimalista (certamente uma homenagem a Phillip Glass), as palavras de ordem, os elogios aos jogadores e ao treinador (vulgo heróis nacionais), os peões de carro, as buzinadelas e por aí fora.
o futebol nunca foi o meu forte, a minha infância e adolescência decorreu longe dos campos de futebol, a bola sempre me passou ao lado e as coisas não se alteraram muito desde então. agora até gosto de ver os jogos da selecção, mas custa-me a perceber a euforia que leva as pessoas a sair à rua de bandeira na mão, ou pior ainda com filhos de poucos meses ao colo, que entre safanões mais ou menos violentos, lá vai ouvindo o papá sorridente a assegurar à senhora da televisão que a criança adora aquilo (entenda-se "aquilo" por pessoas completamente histéricas aos gritos). Mas não é só no futebol, custa-me a perceber a euforia de massas em geral, como a enchente da Expo 98 no dia de encerramento, o Algarve em Agosto, ou a abertura de uma qualquer mega-superficie comercial. mas confesso que gostava de ver o Marquês de Pombal a encher-se como ontem, de gente em protesto contra a nomeação de Santana Lopes a primeiro-ministro. mas como diria uma anónima senhora entrevistada pela SIC: "o Euro é que é importante, esses é que estão a fazer boa figura, os politicos são todos iguais, por isso entre um e outro quero lá saber qual é que é primeiro-ministro". esperemos que o ainda primeiro-ministro (sim o José Manuel, o Barroso, o Manuel Durão, o Zé como quiserem que ele não se importa) leve a gravata no próximo domingo à Luz e no final para a apoteose ser total se enforque com ela.
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