Thursday, November 13, 2003

Road Movies


Um desejo irresistível de fuga. Um lugar paradisíaco para lá do deserto. A estrada por onde correm todos os sonhos.
Do amor marginal e mitificado de “Bonnie & Clyde”, passando pela amizade indestrutível de duas mulheres em busca da liberdade e de si mesmas de “Thelma & Louise”, prosseguindo pela viagem de dois adolescentes e uma mulher - uma viagem de perda e de morte, mas também de descoberta e deslumbramento de “...E a Tua Mãe Também”, um homem em queda, fascinado pela vertigem do seu próprio voo de “O Acossado”, a lista é interminável, estende-se para lá da linha do horizonte, onde morre um céu em fogo.
Para trás acendem-se os néons de motéis baratos, as lâmpadas fluorescentes de bombas de gasolina perdidas em pleno deserto, roadhouses de Harley’s estacionadas à porta, entre carrinhas e Cadillac’s, não fosse o Road Movie um género americano por excelência. Claro que há excepções, como o filme do gaulês Godard ou o do mexicano Alfonso Cuaron, mas a herança americana está sempre presente.
Os nomes não cessam de surgir à medida que vou escrevendo. “Uma História Simples” e “Um Coração Selvagem” de David Lynch, “Paris, Texas” e “Até ao Fim do Mundo” de Wim Wenders, “Assassinos Natos” de Oliver Stone e porque não também “Lolita” de Stanley Kubrick, como já disse a lista é interminável. Quem nunca sentiu vontade de fugir, que atire a primeira pedra.

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